Texto escrito quando quando começava a
repensar o caso do aborto, na parte que se refere ao aborto só no setor
privado, era uma forma de eu impor algumas condições a legalidade do
aborto, mas as minhas condições atualmente se focam apenas na
valorização da opinião masculina.
A atual lei para o julgamento do aborto no Brasil à princípio
é uma lei perfeita, dando a possibilidade de aborto legal no caso de a
mulher ser vítima de violação sexual, o que lhe retira a
responsabilidade pela gravidez, e também no caso de a gravidez oferecer
riscos de vida à mulher (além disso a maior parte de os cidadãos e das
autoridades concorda com a legalização de abortos no caso fetos
anecéfalos), nos demais casos a lei prevê pena de um a três anos de
reclusão, mas na prática esta punição raramente é empregada, em lugar
disso a mulher pode receber pena de serviços comunitários, ou apenas ser
indiciada, mas não presa, e se for presa pode pagar fiança e assim ser
liberada, o que, na minha opinião, já estaria ótimo.
No entanto, um argumento
plausível levantado pelos que defendem a legalidade do aborto é que de
fato não é a proibição que irá impedir uma mulher de fazê-lo, não
podemos amarrá-la e obrigá-la a parir, por isso os que são pró-vida mais
liberais sempre imaginam alguma solução mais eficaz para o caso do
aborto, alguma revisão na lei que possa lhes tranquilizar a mente, com a
certeza de que é o máximo que podem fazer. Eu poderia considerar que
nem todas as leis são totalmente eficazes e que melhorando a situação
social do Brasil, os casos de abortos não-legais seriam cada vez menos
frequentes, e que poderia deixar tudo como está, ignorando os casos de
aborto clandestino que poderiam ocorrer, que então seriam casos
isolados, mas pensando na probabilidade de o movimento pró-escolha
vencer esta disputa, vejo-me obrigado a pensar em em mais coisas.
Uma ideia; aborto só no setor privado
Considerando a hipótese de o aborto vir a ser legal, teremos que analisar as possibilidades dentro deste contexto onde se permite o diálogo pelo grupo pró-escolha. Argumentemos
que primeiramente que o aborto não poderia ser considerado um direito à
saúde, visto que só poderia ser considerado assim no caso de gravidez
de alto-risco, onde, de fato de fato se trabalharia pela vida de pelo
menos uma das das partes, o feto e a gestante. No entanto, aceito pela
forma da lei o argumento de que a mulher tem, sim, o direito de decidir,
caberia a proposta de que o aborto só fosse realizado no setor privado, um procedimento pago pela própria gestante ou a outra pessoa que se dispusesse a pagá-lo, sem quaisquer financiamento
por parte do estado. O que justificaria a isto é que de fato o aborto
não pode ser tratado como um caso de direito a saúde como qualquer outro
caso de pessoa que esteja adoecida e precise de atendimento na rede
pública de saúde e que portanto não caberia ao estado arcar com as
despesas deste procedimento.
Além disso há outro fator, muitos contribuintes
não concordam com muitas dos gastos feito pelo governo, o aborto seria
um desses procedimentos que muitos não estariam de acordo. há grupos
políticos que defendem a privatização do próprio sistema de saúde, onde
cada cidadão pagaria pela sua assistência médica, tratasse de uma ideia
no mínimo ousada, mas desses grupos políticos, muitos se mostram a favor
de que o aborto seja legal apenas no setor
privado, o que está de acordo com a ideia que muitos cidadãos tem de
que não seja usado o seu dinheiro como contribuinte nas obras que não
concordem que o estado faça.
Ainda há o argumento de que se cabe somente a mulher decidir sobre seu
próprio corpo, como dizem os grupos pró-escolha, então cabe somente a
ela pagar por esta decisão, não ao estado.
É claro que há questões que podem ser levantadas, como poderiam falar, por um lado, o movimento pró-escolha de que contaria
somente os que tem dinheiro a praticar o aborto em segurança, e por
outro lado argumentaria o movimento pró-vida que a vida humana se
tornaria um comércio. Poderia ser contra-argumentado por um lado que
esta medida seria em respeito aos cidadãos que não pretendem ver seu o
estado empregando o dinheiro público neste procedimento e que isto não
se trata mesmo de dever do estado visto que não se configura como um
direito para saúde do indivíduo
salvo nos caso de gravidez de alto-risco, como foi dito antes, e por
outro lado poderia ser argumentado que seria melhor que a própria mulher
pagasse por este procedimento do que todos os cidadãos. No mais,
trata-se de uma ideia que no meu ver, é digna de ser discutida, independente de ser favorável ou não a ela.
Outra ideia; aborto para os homens
Citado de outra fonte no livro Sexo, mentiras e feminismo de Peter Zohrab , capítulo 11, fala da opção para os homens caso não queiram ter filhos :
“O aborto masculino ... é simplesmente uma forma de libertação, que pode
ser assinada por ambas as partes em qualquer altura antes do acto
sexual ... seja nos momentos antes, ou seja meses antes. O aborto
masculino estipula que o homem deseja continuar sem crianças, e se
resultar gravidez da relação sexual com a signatária, ele fica livre de
todos os compromissos e responsabilidades, sendo a responsabilidade de
ser mãe, dela e apenas dela.”
Já que muitos grupos feministas afirmam que a mulher tem todo o direito
de decisão sobre o aborto enquanto que a opinião do homem tem valor
secundário, ao mesmo tempo em que defendem a obrigatoriedade de pensão
alimentícia à mulheres grávida e aos filhos que o homem teve com esta
mulher, seria viável para os homens ter uma forma de se livrar de todos
estes compromissos, não é mesmo?
Concluindo
Eu, particularmente, sou contra a legalidade do aborto, no entanto
é preciso considerar a hipótese deste vir a ser legal, tamanha é a
incapacidade que adquiriu a lei de impor o valor moral da proibição, e
por isso penso nestas possibilidades que poderiam ser feitas para um
mínimo de satisfação de ambas as partes, tanto os que são contra como os
que são favoráveis ao aborto.
Maurício Trindade
31/03/09
=================
Fonte: http://reflexoes-femininas.blogspot.com.br/2009/03/aborto-o-que-vamos-fazer.html
Maurício Trindade
31/03/09
=================
Fonte: http://reflexoes-femininas.blogspot.com.br/2009/03/aborto-o-que-vamos-fazer.html
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigada, sua participação muito bem vinda, pois a comunicação é imprescindível à boa convivência humana, e para garantir esse bem estar a todos, excluiremos comentários de cunho ilegal e/ou incoerentes a boa educação.